About blogs and Life...

Ultimamente tenho estado um pouco decepcionada com a minha vida, esqueci por um momento de quem sou ou do que consegui até agora. Percebi que eu não sou como essas garotas dos blogs que vivem viajando, comprando, moram no salão de cabeleireiro mais caro e conhecem os concierge dos hotéis da Europa pelo nome. Não tenho o calçado da moda, pra falar a verdade, considero-o bem feio e nunca estive perto de uma Birkin nem de nada tão caro. Meu sonho não é uma Chanel porque é clássica, prefiro a Balenciaga porque parece molinha (pobreza define), mas compro mesmo as que vendem na revistinha da Avon e confesso, ainda assim acho caro.

Depois de alguns blogs de moda mudarem, onde algumas blogueiras (que antes eram "gente como a gente") se transformaram em "fashion victim" eu comecei a questionar minha vida, trabalho tanto e faço no máximo duas viagens por ano, minha bolsa não é LV,  e apesar de amar sapatos bons, só compro em promoções.  Meu mundo é tão diferente do delas, estamos em um universo completamente distante e por mais que eu queira viajar todo o tempo como se fosse férias contante eu não posso. Também não posso andar só de Louboutin, nem comprar uma Celine, nem faltar no trabalho pra passar uns dias em um SPA. Meu cabelo quando acordo tem o dom de me assustar todos os dias no espelho e eu odeio segundas. Não tenho motorista e meu cartão de crédito tem limite, que eu ignoro e acabo tendo princípios de infarto todo começo de mês. É, sou como boa parte da humanidade, trabalho e recebo um salário por isso, não é gigante, infelizmente, mas paga minhas contas o que me deixa tranquila, não, não estou usando sneakers, poderia se quisesse mas acho eles feios, acho feio também usar algo que te deixa horrível só porque está na moda, acredite, isso te deixa mais feia ainda. Gosto de gente que tem personalidade e se veste de acordo com o que gosta, que divide em 10 X no cartão uma LV porque é um sonho e não porque a moda agora é monogramas. Não gosto de cabides ambulantes, gente que mistura tudo que está na moda só por estar na moda, que não sabe o prazer que é repetir uma roupa, descobrir uma liquidação, conhecer um brechó, gosto de quem sabe o valor que tem o estilo próprio, e abandonei quem se vende, quem perdeu a personalidade no caminho pra comprar o "HaveMost", sou da geração ser mas vivo no mundo "tem que ter" e isso me fez por um momento achar que minha vida que é maravilhosa, talvez não seja o suficiente. Quero sempre mais, mas não será um cabide cabeça oca que vai me dizer o que eu preciso pra ser mais feliz...